Sempre não chegamos
nos lugares
errados
nos piores momentos?
para que se preocupar agora...
Não estivemos perdidos
todos esses anos
tempos devastados
áridos oceanos
de poeira cósmica?
Sempre mentimos pr´a nós mesmos
que conseguiremos depois
só para ter que dormir
um sonho digno
ao acordar
com a cabeça latejando
com o despertador
gritando
para despertar.
Pra que temer?
é um beco sem saída
para que tudo leve
quem sabe
...ao dobrar a esquina - asfaltada...
o sol não brilhe novamente
através
da
- velha -
nuvem carregada
de trovões
& tempestades.
Rodrigo Chagas
14/08/25
quinta-feira, 14 de agosto de 2025
sexta-feira, 1 de agosto de 2025
Você & eu
ouvindo
as bétulas
despedaçadas
Quem diria
que um dia
estaria tão velho
gordo e careca
quanto o velho Syd
vc abandona minha mão
a velha crepitante fogueira
luta
contra a imensa escuridão
vc corre nua até o lago
vejo a penumbra
afastar a doce lua
seus quadris se engasgam
minha garganta se contorce
o verde céu
o mar de jade
uma velha piada
um dente que se parte
uma mão que se estende
gritando adeus
zumbidos que matam o ensurdecedor silêncio
um solo que beija
uma cabeça caída no chão
sou apenas alguém
perdido
por atenção...
e nem assim você notaria
o fechar da porta
das moscas
vagueando
pelo salão
principal.
Rodrigo Chagas
01/08/25.
terça-feira, 1 de julho de 2025
Poema Inacabado
Pés descalços
sobre o orvalho
da grama verdejante
n´um amanhecer domingueiro.
Você disse que me amaria
no 4o ano da sexagésima década
de nossa
vida...
& que Paris...Paris sempre seria nossa.
Uma empoeirada moldura quebrada
- de plástico da avenida 7 -
emula
um velho quadro
do século passado...
...escreveríamos
numa velha máquina
desdentada
de datilografar...
Borrada...Limpo a velha teia fotográfica
- abafada -
emoldurada
do eterno
outono
quente
que
nunca
acontecerá
novamente.
Rodrigo Chagas
02/07/25.
sobre o orvalho
da grama verdejante
n´um amanhecer domingueiro.
Você disse que me amaria
no 4o ano da sexagésima década
de nossa
vida...
& que Paris...Paris sempre seria nossa.
Uma empoeirada moldura quebrada
- de plástico da avenida 7 -
emula
um velho quadro
do século passado...
...escreveríamos
numa velha máquina
desdentada
de datilografar...
Borrada...Limpo a velha teia fotográfica
- abafada -
emoldurada
do eterno
outono
quente
que
nunca
acontecerá
novamente.
Rodrigo Chagas
02/07/25.
quinta-feira, 10 de abril de 2025
Como jipes abatidos que nunca chegaram a guerra
vi seu câncer
explodir
através d´um pote de vidro
de maionese Hellmann's
Tão grande quanto uma enorme maçã
marrom apodrecida...
Na branca parede da cozinha
escorreu o amarelado líquido
que outrora afogava
o duro objeto
que habitava
- dolorosamente-
dentro de ti
Todos se despedem
ao dobrar a esquina
no final da larga rodovia
Roubei um longo adeus
na drogaria
perto de casa
chamei uma nova canção
de "rubores encaixotados"
Minha mãe pediu-me
pra apagar a luz...
a escuridão
sempre trouxe monstros adormecidos
no sótão
da cisterna
do lado externo
da casa vizinha
Carrego um pedaço enegrecido
- & petrificado -
do seu antigo fígado
amarelado
Frito um ovo numa faixa dourada
do sol de outono
Caminho até o batente
...da porta...
Estou sozinho
sem saber qual
passo dar...
Sigo o líquido
bilial do seu sorriso
evaporando sob
as marcas do meu
desgastado
tênis
azul.
Rodrigo Chagas
10/04/25
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