domingo, 13 de dezembro de 2015

Insalubre (Sem Corrigir).


Tentei não escrever-te...
mas em vão foi.

Estranhos dias quentes,
abafados,
batem defronte aos nossos muros.

Pessoas reacionárias marcham
no lado direito da esquina & dobram a marginal da avenida.

Mulheres olham-me de soslaio,
rapazes chutam-me o traseiro,
cães correm soltos pelo pavimento.

Apaguei todo tipo de contato
que possa ligar-me a você...
Dei um tiro na mente, mas a bala 
atravessou direto pela porta de madeira
da casa vizinha.

Acertou o televisor da senhoria,
que foi cobrar-me o aluguel.

Um gosto de salmoura escorre pelas pupilas,
Sem mãos para enxugá-la.

Rodrigo chagas
13/12/15

domingo, 28 de junho de 2015

O Poema que eu trocaria - facilmente - por Maicon, sem pestanejar.

&
Vida
Segue
Por
Cada
Rumo;
Direção.
Estou
- eu -
Aqui
Parado,
Orvalho
Frio
Da manhã 
Resfria-me a face.
Vejo-te
Ali, colina acima,
Sorrindo,
Com um
Cigarro
Na boca.
Canto
Em cântaros,
Pássaros
Ao vento,
E some você,
Sem ao menos
Saber
Por onde 
Vou.

Rodrigo Chagas
28/06/15.

domingo, 31 de maio de 2015

The Old Lady From The Lake


A velha senhora do lago
nadava num raro dia quente de inverno.
A água estava tão clara, 
límpida, 
cristalina, 
refrescante...
nova.
Mas ninguém sabia 
os problemas que ela havia passado - visto.

O sol estava alto,
quando ela segurou 
seu rosto 
- com suas mãos -
chorou.

O tempo passa amiúde,
enquanto você não sabe...
Pessoas perdem seus cérebros.
Os anos passam
vagarosamente
quando a felicidade
não mora mais aqui.

Quem estava ela enganando?
Essa não era a vida
que gostaria para si mesma,
que esperava 
para sua pessoa.

A senhora velha do lago,
secou sua face,
Sacudiu sua cabeça
*cabelos e ouvidos ao vento*
& voltou para a vida
que todos vivem.

O sol crepusculejava
quando tudo isso ocorreu.

Rodrigo Chagas

31/05/15.

sábado, 30 de maio de 2015

Poema que havia esquecido...

Interlúdio

Dia desses
adormeci na cama,
senti frio
e não havia um cobertor
para aquecer-me.
Então... 
pensei em...
cobrir-me 
com a coberta,
que envolvia o colchão,
mas a cama 
ficaria desforrada.
Encolhi-me
e passei 
o frio da noite
entre meus próprios braços.

Hoje 
tenho um edredom
- faz muito calor -
& ele torna-se
desnecessário
para aquecer o meu corpo,
uso-o para cobrir os meus olhos
e deixar ainda mais obscurecidos
os meus devaneios...
mas então
é aí
que você aparece
para tirar meu sono 
dos meus pensamentos.

Já é dia
& nem o sol
& nem o cobertor
irão me servir para mais nada,
pois já é denso o meu pensamento,
e isso obscurece
a minha falta de penumbra.


Rodrigo Chagas
25/05/15.