domingo, 17 de março de 2019

Eu tenho: Medo.


Eu tenho Medo.
Medo de que a gente não dê certo,
Medo de não arrumar um emprego,
Medo de que a madeira podre do telhado caia,
que as paredes com vigas enferrujadas caiam
sobre nosso pés descalços.
Medo de não ter grana para consertar a casa
e meus pulmões.
Medo da morte dos meus pais,
Medo da nossa morte,
Medo de sonhos ruins
e de morrer dormindo
no meio de um pesadelo
e não ter como gritar desesperado
para que vc me sacuda
e me acorde com um abraço.
Tenho Medo de que o Bahia não
leve o(s) campeonato(s)
e caia para  inferiores divisões.
Medo de chutar o chão e um pedaço
do meu dedão - ensanguentado - fique
na minha rua de paralelepípedos,
exatamente na hora de marcar o gol,
e assim termino perdendo a oportunidade
de empatar a partida quando tive - A Grande - chance.
Tenho medo, medo, MEDO!
De tod@s e até mesmo de mim e de meus tenebrosos Medos.
Esse poema deveria terminar com algo belo e grandioso,
como uma salvação
- redenção -
mas tenho Medo
de que eu não consiga.

Rodrigo Chagas
17/03/19.