terça-feira, 11 de janeiro de 2011

The Losers Generation


Os rostos dos meus amigos – e amigas-,
que guardo em minha mente,
são de crianças e adolescentes
esperançosos por um futuro promissor.
Muitos deles foram esmagados
e jogados a sub-empregos.
Engolidos pelo sistema,
abandonados pela sociedade.
Uma boa parte deles venceram à sua maneira...
Não que os outros não lutaram, apenas "perderam".....
E é sobre eles que eu quero falar.
A Geração de Perdedores, à qual pertenço.
Os pequenos rostos são o que procuro proteger
em minha mente cansada.
Não gostaria que cada ruga, cicatriz
ou sinal de cansaço que a vida impôs
manchasse o pouco do que lembro dessa tenra época.
Nem os mortos, nem os feridos serão esquecidos
no livro dessa Geração.
Cada um tem seu nome escrito nele.
Seja com dor, sangue ou lágrima.
E até mesmo suor,
nós os escrevemos com dignidade e força,
nós lutamos,
mas "perdemos" se você acredita em derrota.
Em algum lugar esquecido no calendário humano
nós somos mini-heróis.
Em aventuras pelas praias da cidade-baixa,
pela odisséia noturna tentando em vão
salvar a noite perdida.
Nossos escudos eram canções
e a fraternidade da nossa confraria...
É pelos velhos dias que clamo por vossos nomes,
meus queridos irmãos e minhas amadas irmãs.
Pelos momentos em que a bola
e os segredos dos mares
amenizavam o que estaria por vir.
Estamos aqui, décadas depois,
"derrotados" e cansados,
mas de alguma maneira vivos
e estranhamente felizes,
pois somos a Geração dos Perdedores,
e a poesia de participar dela
nos torna mais fortes.
E nos encontramos em algum lugar perdido na nossa memória...
...e nos demoramos lá....
...para sempre...
Por mais que o sexo
e a idade nos proporcionassem novas experiências
é para lá que o clarim soa
e ecoa em nossas mentes.
Vamos lá velhas-crianças,
Pós-adolescentes...
Vamos atender o chamado,
dos dias perdidos,
assim como nós,
derrotados pelo tempo.
Eu lembro e amo o rosto de cada um,de cada uma...
de cada rosto morto pelo tempo......
São eles que eu quero de volta,
Raspo minha barba
e pego o velho uniforme
para entoar convosco
Nossos velhos hinos...



Rodrigo Chagas.
26/08/05.

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