terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um belo dia de Novembro (Rubro era o seu sangue).


Ela estava linda olhando a janela
em um belo dia de Novembro.
O tratamento de choque
queimou o seu cérebro.
Mas ela estava linda
em seu roupão branco,
com o emblema do hospital.
Eu ainda a amava,
mesmo ela dizendo que nunca mais
amaria de novo.
Seu corpo era um santuário
de um Deus morto,
para sempre esquecido,
não por ela,
mas por um mundo
de dores e tratamentos de choque.
Eu ainda a amava
e pude vê-la atirando-se
do 21º andar,
corri p/segura-la,
mas Newton não podia estar errado.
Ela estava linda olhando pela janela
em um belo dia de Novembro,
as pessoas lá embaixo não entendiam
o porquê.
Apenas eu e ela.
Eu achei lindo o vermelho
do seu sangue na sua roupa branca.
Mas agora só podia olhar,
ela voou de encontro ao seu Deus morto.
Eu teria que esperar minha vez.
E prometi p/mim
que nunca a deixaria
esquecida em algum lugar da minha mente.






Rodrigo Chagas
Escrito em Algum dia do primeiro semestre de 2003.

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